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Comunidade Europeia: Perdão para a dívida da Grécia e pelo fim da política do empobrecimento!
Allan C.
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Comunidade Europeia
A vida acima da dívida!
Um grupo de cristãs e cristãos elaborou forte apelo à Comunidade Europeia em favor da vida do povo grego. Nós nos unimos à eles e clamamos que a lógica do Evangelho seja colocada em prática. Que as dívidas impagáveis sejam perdoadas. Veja a versão em português do manifesto abaixo:
“... E perdoa as nossas dívidas, como nós também perdoamos aos nossos devedores ...”
Perdão para a dívida da Grécia e pelo fim da política do empobrecimento!
Os cristãos e cristãs não veem a história pela perspectiva dos poderosos. Tampouco através da perspectiva das instituições financeiras, e nem pela perspectiva dos governos ou dos ministros da economia. Também não julgamos a situação pela ótica da oligarquia grega ou dos bancos. Para nós vale: aos pobres e fracos Deus prometeu sua justiça. E depende de nós fazer valer o direito dos pobres (Ex 3,7-8).
Atualmente experimentamos na Grécia uma espoliação sem precedentes dos pobres e desempregados. Chegou a hora de falar sobre as consequências que a política da União Europeia – principalmente do governo alemão – está impondo aos cidadãos gregos. Até agora, 80% de todos os empréstimos concedidos à Grécia favorecem os bancos e os investidores, ao mesmo tempo em que estão vinculados a pesadíssimas exigências: redução das aposentadorias, aumento da taxa de juros, privatização de bens públicos e redução do tempo do aviso prévio. A reforma do sistema de saúde já levou ao fechamento de hospitais, um terço da população não tem mais acesso a qualquer seguro de saúde, o índice de desemprego gira em torno dos 30% e a pobreza explícita, bem como a camuflada, cresce em ritmo assustador. Justo nestes dias o FMI exigiu novamente a redução de salários e a ampliação dos cortes dos direitos dos trabalhadores. Com as imposições da “Troika” (EU, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional) os direitos sociais e humanos têm sido sistematicamente suprimidos, o que foi criticado até mesmo pelo parlamento europeu.
“Se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto ... fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do altíssimo ” (Lc 6, 34-35).
Só haverá vida boa se todos puderem viver. Dito em termos econômicos: a Grécia só terá condições de produzir o suficiente para todos, se as pessoas não estiverem demasiadamente doentes e com fome. Em janeiro, o novo governo grego sugeriu uma conferência européia para negociar a redução da dívida. Pretendia-se vincular o pagamento da dívida a uma cláusula de crescimento (ou seja, iniciar o pagamento quando for atingido um índice significativo de crescimento econômico). A reação cínica do ministro alemão das finanças a respeito foi a seguinte: “Se eu fosse um político grego responsável, não abriria nenhum debate sobre a redução da dívida”.
Dívidas impagáveis e que causam miséria e pobreza não devem ser pagas. Segundo a Bíblia, o ser humano se torna culpado diante de Deus, quando exige intransigentemente o pagamento de dívidas que não podem ser pagas. Deus perdoa a dívida que o ser humano tem para com ele, quando este ser humano perdoa os outros que lhe são devedores. A Bíblia preserva uma sabedoria milenar, que atualmente também se comprova na Grécia: dívidas impagáveis destroem a vida do endividado. O pedido feito no Pai-Nosso “E perdoa as nossas dívidas”, exige renunciar à execução daquelas leis que matam o ser humano. Pelo bem da vida humana, o Pai- Nosso pede que se ofereça resistência contra uma lei que exige o pagamento das dívidas a qualquer custo, a fim de que a vida dos devedores seja preservada.
Especialmente a Alemanha deveria estar consciente desta situação, pois foi com o Acordo sobre a Dívida de 1953, em Londres, que se tornou possível ao povo alemão um novo começo, na medida em que a legítima cobrança das muitas indenizações foi deixada para mais tarde.
No ano 2000 as Igrejas Cristãs reivindicaram o não pagamento de dívidas dos países do terceiro mundo. Agora, quando a questão afeta a própria casa, a Europa, as igrejas silenciam, embora no caso da Grécia o não pagamento da dívida seja um passo necessário tanto por critérios econômicos como por critérios cristãos. As igrejas silenciam para não confrontar aqueles que se beneficiam com a crise, embora fosse decente atacar o neoliberalismo e a política europeia de austeridade por todas as catástrofes sociais decorrentes das crises ligadas às finanças e dívidas dos últimos anos. Não nos enganemos: se silenciarmos agora no caso da Grécia, tais catástrofes irão aumentar, a política do empobrecimento e da miséria se tornará incontestada nos próximos anos.
Nós, cristãos e cristãs de diferentes igrejas, reivindicamos uma conferência internacional para mediar a questão das dívidas gregas, a fim de que a democracia e o Estado do Bem-Estar Social não sejam oferecidos em sacrifício aos investidores financeiros. Nós reivindicamos que os governos da União Europeia deixem de cobrar a dívida da Grécia e que parem com a política do empobrecimento forçado!
Primeiros assinantes:
Prof. em. Dr. Franz Segbers, Ética Social, Universidade de Marburg
Dr. Kuno Füssel, Teólogo e Matemático, Andernach
Dr. Michael Ramminger, Instituto de Teologia e Politica/ Münster
Prof. Dr. Ulrich Duchrow, Heidelberg
Pe. Werner Gebert, Plädoyer für eine ökumenische Zukunft
Pe. Norbert Arntz, Kleve
Pe. Ulrich Schmitthenner
Dr. Katja Strobel, Teóloga, Frankfurt am Main
Prof. Dr. Hermann Steinkamp, Münster
Prof. Dr. Franz Hinkelammert, Costa Rica
Günther Salz, ex-presidente da KAB-Trier, Engers
Dr. Julia Lis, Instituto de Teologia e Politica/ Münster
Pe. Carl-Peter Clusmann, Dortmund
Prof. Dr. Stylianos Tsompanidis, Prof. Teologia Ecumênica/ Thessaloniki, Grécia
Dr. Paul Petzel, professor de Arte e Religião, Andernach.
Um grupo de cristãs e cristãos elaborou forte apelo à Comunidade Europeia em favor da vida do povo grego. Nós nos unimos à eles e clamamos que a lógica do Evangelho seja colocada em prática. Que as dívidas impagáveis sejam perdoadas. Veja a versão em português do manifesto abaixo:
“... E perdoa as nossas dívidas, como nós também perdoamos aos nossos devedores ...”
Perdão para a dívida da Grécia e pelo fim da política do empobrecimento!
Os cristãos e cristãs não veem a história pela perspectiva dos poderosos. Tampouco através da perspectiva das instituições financeiras, e nem pela perspectiva dos governos ou dos ministros da economia. Também não julgamos a situação pela ótica da oligarquia grega ou dos bancos. Para nós vale: aos pobres e fracos Deus prometeu sua justiça. E depende de nós fazer valer o direito dos pobres (Ex 3,7-8).
Atualmente experimentamos na Grécia uma espoliação sem precedentes dos pobres e desempregados. Chegou a hora de falar sobre as consequências que a política da União Europeia – principalmente do governo alemão – está impondo aos cidadãos gregos. Até agora, 80% de todos os empréstimos concedidos à Grécia favorecem os bancos e os investidores, ao mesmo tempo em que estão vinculados a pesadíssimas exigências: redução das aposentadorias, aumento da taxa de juros, privatização de bens públicos e redução do tempo do aviso prévio. A reforma do sistema de saúde já levou ao fechamento de hospitais, um terço da população não tem mais acesso a qualquer seguro de saúde, o índice de desemprego gira em torno dos 30% e a pobreza explícita, bem como a camuflada, cresce em ritmo assustador. Justo nestes dias o FMI exigiu novamente a redução de salários e a ampliação dos cortes dos direitos dos trabalhadores. Com as imposições da “Troika” (EU, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional) os direitos sociais e humanos têm sido sistematicamente suprimidos, o que foi criticado até mesmo pelo parlamento europeu.
“Se emprestais àqueles de quem esperais receber, qual é a vossa recompensa? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto ... fazei o bem e emprestai, sem esperar nenhuma paga; será grande o vosso galardão, e sereis filhos do altíssimo ” (Lc 6, 34-35).
Só haverá vida boa se todos puderem viver. Dito em termos econômicos: a Grécia só terá condições de produzir o suficiente para todos, se as pessoas não estiverem demasiadamente doentes e com fome. Em janeiro, o novo governo grego sugeriu uma conferência européia para negociar a redução da dívida. Pretendia-se vincular o pagamento da dívida a uma cláusula de crescimento (ou seja, iniciar o pagamento quando for atingido um índice significativo de crescimento econômico). A reação cínica do ministro alemão das finanças a respeito foi a seguinte: “Se eu fosse um político grego responsável, não abriria nenhum debate sobre a redução da dívida”.
Dívidas impagáveis e que causam miséria e pobreza não devem ser pagas. Segundo a Bíblia, o ser humano se torna culpado diante de Deus, quando exige intransigentemente o pagamento de dívidas que não podem ser pagas. Deus perdoa a dívida que o ser humano tem para com ele, quando este ser humano perdoa os outros que lhe são devedores. A Bíblia preserva uma sabedoria milenar, que atualmente também se comprova na Grécia: dívidas impagáveis destroem a vida do endividado. O pedido feito no Pai-Nosso “E perdoa as nossas dívidas”, exige renunciar à execução daquelas leis que matam o ser humano. Pelo bem da vida humana, o Pai- Nosso pede que se ofereça resistência contra uma lei que exige o pagamento das dívidas a qualquer custo, a fim de que a vida dos devedores seja preservada.
Especialmente a Alemanha deveria estar consciente desta situação, pois foi com o Acordo sobre a Dívida de 1953, em Londres, que se tornou possível ao povo alemão um novo começo, na medida em que a legítima cobrança das muitas indenizações foi deixada para mais tarde.
No ano 2000 as Igrejas Cristãs reivindicaram o não pagamento de dívidas dos países do terceiro mundo. Agora, quando a questão afeta a própria casa, a Europa, as igrejas silenciam, embora no caso da Grécia o não pagamento da dívida seja um passo necessário tanto por critérios econômicos como por critérios cristãos. As igrejas silenciam para não confrontar aqueles que se beneficiam com a crise, embora fosse decente atacar o neoliberalismo e a política europeia de austeridade por todas as catástrofes sociais decorrentes das crises ligadas às finanças e dívidas dos últimos anos. Não nos enganemos: se silenciarmos agora no caso da Grécia, tais catástrofes irão aumentar, a política do empobrecimento e da miséria se tornará incontestada nos próximos anos.
Nós, cristãos e cristãs de diferentes igrejas, reivindicamos uma conferência internacional para mediar a questão das dívidas gregas, a fim de que a democracia e o Estado do Bem-Estar Social não sejam oferecidos em sacrifício aos investidores financeiros. Nós reivindicamos que os governos da União Europeia deixem de cobrar a dívida da Grécia e que parem com a política do empobrecimento forçado!
Primeiros assinantes:
Prof. em. Dr. Franz Segbers, Ética Social, Universidade de Marburg
Dr. Kuno Füssel, Teólogo e Matemático, Andernach
Dr. Michael Ramminger, Instituto de Teologia e Politica/ Münster
Prof. Dr. Ulrich Duchrow, Heidelberg
Pe. Werner Gebert, Plädoyer für eine ökumenische Zukunft
Pe. Norbert Arntz, Kleve
Pe. Ulrich Schmitthenner
Dr. Katja Strobel, Teóloga, Frankfurt am Main
Prof. Dr. Hermann Steinkamp, Münster
Prof. Dr. Franz Hinkelammert, Costa Rica
Günther Salz, ex-presidente da KAB-Trier, Engers
Dr. Julia Lis, Instituto de Teologia e Politica/ Münster
Pe. Carl-Peter Clusmann, Dortmund
Prof. Dr. Stylianos Tsompanidis, Prof. Teologia Ecumênica/ Thessaloniki, Grécia
Dr. Paul Petzel, professor de Arte e Religião, Andernach.
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