Clique em Configurações de Cookies  para usar este recurso.
Em seguida, clique em 'Permitir Todos' ou ative apenas os  'Cookies Publicitários'
Ao continuar você está aceitando a Política de Privacidade da Avaaz, que explica como seus dados podem ser usados e como serão protegidos.
Entendi
Nós utilizamos os cookies para analisar como visitantes usam o site e para nos ajudar a fornecer para você a melhor experiência possível. Leia nossa Política de Cookies .
OK
MANIFESTO  DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL
 DE ENSINO  DE PORTO ALEGRE (PMPA)

MANIFESTO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PORTO ALEGRE (PMPA)

1 assinaram. Vamos chegar a
50 Apoiadores

Complete a sua assinatura

,
Avaaz.org protegerá sua privacidade. e te manterá atualizado sobre isso e campanhas similares.
Esta petição foi criada por FÓRUM B. e pode não representar a visão da comunidade da Avaaz.
FÓRUM B.
começou essa petição para
COMUNIDADES
MANIFESTO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE PORTO ALEGRE (PMPA)

 Somos professoras(es) e bibliotecários(as) da Rede Municipal de Educação de Porto Alegre, trabalhamos nas bibliotecas escolares e acreditamos no direito universal ao conhecimento e à leitura. Defendemos a garantia do acesso aos múltiplos suportes, recursos e instrumentos que viabilizem as práticas de leitura como um ideal comum a ser atingido por todas as pessoas e comunidades.

Ressaltamos a relevância da leitura literária, arte da palavra, por suas qualidades estéticas plenas de riqueza simbólica, fundamentais na construção do humano e suas subjetividades, seu inerente poder transformador que possibilita o enriquecimento pessoal, através das vivências, reflexões e confrontos que suscita, a compreensão de si e das diversas relações entre as dinâmicas sociais do mundo.

Queremos, aqui, manifestar nossa indignação, desconforto e estranhamento provocados pela live do dia 29/10/2020, protagonizada pelo Sr. Secretário de Educação da PMPA, Adriano Naves de Brito, com as presenças do Secretário da Cultura, Sr. Luciano Alabarse, e do Sr. Sérgius Gonzaga, sobre o lançamento do “Projeto Adote um Escritor” em 2020. Indignação provocada por este lançamento tardio, pela falta de diálogo, com o silêncio durante meses, apesar dos insistentes pedidos e tentativas de obter informações sobre o formato do programa neste contexto de quarentena, todos sem resposta.

Infelizmente, o silêncio é padrão desta gestão que se diz democrática, não dialoga com seus educadores/as, apenas divulga comunicados impositivos que interferem diretamente nas rotinas escolares.
Estranhamento e revolta, pois, na referida live, o Sr. Adriano Naves comunica ter dado início ao “Projeto Adote um Escritor”, somente agora, por julgar essencial o retorno às atividades presenciais nas escolas.
 Ora, sabemos que poderíamos ter cumprido todas as etapas anteriores do Projeto, com a qualidade e o tempo que o mesmo requer, de forma virtual, como já acontece com projetos similares em outras secretarias. Nos anos anteriores, começamos as atividades de planejamento a partir da escolha do autor/a adotado, já no início do ano letivo. Durante a quarentena mantivemos nossas atividades, usando diferentes mídias e recursos. Nossas ações sempre contribuíram e diversificaram o planejamento das atividades de fomento à leitura, características das nossas práticas profissionais e pedagógicas.
                                     
 Lançado em 2002, há 18 anos, o “Adote um Escritor” faz parte do calendário pedagógico das escolas da Rede. Portanto, nossa trajetória tem muito a contribuir para adaptação do Projeto ao contexto atual, conferindo o respeito que o mesmo merece.

Concebido pela Professora Ângela Rola, o “Adote um Escritor” é, na sua origem, um projeto de fomento à leitura literária, muito reconhecido e premiado, o Prêmio do Instituto Pró- Livro de 2016, foi o último prêmio recebido, não por acaso, anterior a esta gestão. O projeto privilegia a autonomia das escolas e contempla três eixos: aquisição de livros do autor(a) adotado(a) e ampliação do acervo, a visitação à Feira do Livro e o encontro com o(a) escritor(a) adotado(a), coroamento do projeto, para trocas de afeto e conversa com os(as) novos(as) leitores(as).
Estarrecimento e indignação ao ouvir o Sr. Secretário de Educação sugerir que façamos reunião ou aglomeração de alunos(as) nos pátios e quadras das escolas para assistir ao vídeo com o(a) escritor(a) adotado(a). A sugestão do Secretário ignora e contraria as diretrizes dos protocolos de segurança sanitária enviados pela própria Secretária Municipal de Educação (SMED) e da Biblioteca Central para retorno ao ensino presencial.

Indignação e desconforto porque somos testemunhas do descaso desta Gestão com o Projeto que é tão precioso às nossas comunidades. Aguardado todos os anos com entusiasmo e ansiedade, o “Adote Um Escritor" é lembrado com carinho e orgulho pelos momentos incríveis que proporciona.

O "Adote" sofreu ataque violento, já no primeiro ano do atual governo, quando o próprio Secretário, que se diz defensor da leitura, fez um pronunciamento afirmando não ser preciso comprar livros, pois os(as) alunos(as) não leem. Para concluir tal disparate, o Secretário terminou dizendo que os livros que temos nas escolas são suficientes. Esse absurdo demonstra, além de desconhecimento da realidade das bibliotecas escolares, insensibilidade a toda cadeia produtiva e criativa que envolve a literatura.

Postura que provocou reação imediata de escolas, escritores(as), editoras e parlamentares comprometidos(as) com o livro e a leitura, a se mobilizarem em defesa do projeto, foi criada a hashtag #somostodosadote e realizadas inúmeras ações em espaços públicos e na Câmara de Vereadores. Mesmo assim, o projeto sofreu significativo corte de verbas, descaracterização no conceito original e o rompimento com a importante e qualificada curadoria e parceria da Câmara Rio-Grandense do Livro.
As Bibliotecas escolares constituem importantes segmentos de difusão da cultura leitora nas comunidades em que estão inseridas. Elas são espaços de possibilidades, respeito e diversidade, atuando na promoção e apoio à aprendizagem, no protagonismo, na democratização do acesso ao livro e aos diversos gêneros de leitura, especialmente, a literária.

Apesar das adversidades e do descaso do poder Público, agravados nos últimos anos, com redução de RH, invisibilização de nossas práticas docentes, redução das formações de qualificação e restrição das reuniões de planejamento pedagógico, as Bibliotecas da Rede sempre empregaram força de trabalho pedagógico com afinco e criatividade. Aliamos esforços em diminuir a carência provocada pela ausência dos(as) profissionais de biblioteconomia, essenciais ao setor, promovendo e instigando o gosto pela leitura e a popularização do comportamento leitor, mantendo esses espaços vivos e pulsantes.

Durante a quarentena, enfrentamos as dificuldades tecnológicas impostas às nossas práticas, não referendadas pela mantenedora. Mesmo excluídos(as) da interatividade nas plataformas digitais da PMPA, que não possibilitam a nossa mediação leitora, seguimos levando o aconchego simbólico compartilhado pela leitura, pelas histórias e pela palavra.
 Ao contrário do que afirmou o Secretário, durante a live, o serviço de wi-fi nas escolas não é excelente. Além disso, há desconhecimento a respeito dos tablets, ainda não recebidos pela maioria das escolas.

Da indignação e desconforto construímos este documento, um contraponto à fala do Sr. Secretário de Educação, Adriano Naves. Montamos um Fórum de debates para dar visibilidade às inúmeras práticas docentes realizadas nas bibliotecas escolares, em todos os níveis de ensino, da Educação Infantil à EJA, agressivamente atacada por este governo.

Reforçamos a importância da leitura literária, do objeto livro nas escolas e nosso apoio e engajamento no “Projeto Adote um Escritor”. Defendemos a autonomia de planejamento e execução de cada escola, aliados ao compromisso com a integridade das comunidades, observando as medidas de distanciamento e segurança. É necessário garantir que os momentos de interação sejam de forma online, não apenas para os escritores, mas também para todos(as) os(as) envolvidos(as), neste momento crítico da nossa história, para que, acima de tudo, se respeite e preserve a vida.

#RMEescolasquetransformamvidas

 


Postado (Atualizado )