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Esta petição foi criada por Acrísio S. e pode não representar a visão da comunidade da Avaaz.
Acrísio S.
começou essa petição para
Democratas, Progressistas e Antifascistas
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1. O bom senso e a maturidade devem prevalecer quando estamos próximos de decidir o destino da nossa cidade. A sucessão de rupturas políticas que marcaram a agenda nacional nos últimos quatro anos, desde o golpe que derrubou Dilma Rousseff, moldou, aos poucos, o cenário sombrio que o país atravessa. Ao mesmo tempo, tornou visível que não estamos vivendo um período de normalidade democrática.

2. O processo de redemocratização do país, iniciado com a luta pelas eleições diretas, o legado da Constituição de 1988 e todas as conquistas políticas, econômicas e sociais desde os anos 1990 estão sendo desconstruídas por uma onda autoritária que se abateu novamente sobre Brasil, disseminando ódio e dificultando o diálogo nacional sobre temas de interesse da nação.

3. Há um método de manutenção do poder baseado na divulgação de ideias obscurantistas e autoritárias, via fake news, provocando um ambiente de conflito constante, atacando sistematicamente quem está contra o governo, numa estratégia que está fortalecendo o bolsonarismo junto a setores expressivos do país. Não importa qual caracterização seja a mais adequada – fascismo, protofascismo ou reacionário –, o projeto em curso trouxe sofrimento para milhões de vidas humanas, tornando imperioso barrá-lo, antes que seja tarde. Não se trata de uma de crise institucional passageira ou uma fase de disputa democrática entre projetos políticos. Aquele período no qual ganhar ou perder uma eleição fazia parte de um ambiente de amadurecimento da democracia não existe mais. No atual estágio de polarização política e ideológica, prevalece o “vale tudo” da irracionalidade humana, impulsionada por um discurso bestializador e hostil, que pretende esvaziar o próprio sentido da Política e do Estado Democrático de Direito.

4. A dor e o sofrimento de milhares de famílias (mais de 100 mil mortos) que perderam seus entes queridos para o covid-19, reflete o descaso e o desprezo com a vida humana e a incapacidade de qualquer iniciativa eficaz do governo Bolsonaro em tratar com seriedade os problemas da nação. Aliás, o estado de pandemia expôs inúmeras fraturas já existentes no tecido social, político e econômico do nosso país e explicitou uma tragédia já anunciada.

5. Há certo grau de consenso de amplos setores políticos sobre o diagnóstico dessa realidade e sobre a necessidade de defesa da democracia como ação prioritária na atual conjuntura. Os vários movimentos em torno do “fora Bolsonaro” demonstram isso.

6. A partir daí, é válido questionar: será que a gravidade do contexto histórico não exige dos vários atores políticos o desapego em relação a questões menores e a capacidade necessária para compor uma ampla frente democrática? Será que é necessário alertar, mais uma vez, que o contexto das eleições deste ano é diferente de qualquer outro já vivenciado desde a redemocratização? Não é evidente que precisamos criar hoje um ambiente que possibilite alinhamentos mais amplos, sem abrir mão de diferenças ideológicas, mas unificando aqueles que defendem a democracia?

7. Parece-nos claro que o momento exige unidade política para derrotar mais que um adversário comum. Trata-se de uma força político-militar que julga concorrentes como inimigos a serem aniquilados, postura que ameaça o próprio jogo democrático. Isoladamente, nenhum setor terá amplitude e capilaridade política para responder a esta necessidade. Embora 70% de brasileiros sejam favoráveis à democracia (Datafolha, 28/06/2020), a conquista de um novo patamar de convivência democrática no país não será tarefa fácil. Ressalte-se que o objetivo desta unidade não se restringe ao processo eleitoral, que é uma etapa essencial, mas o esforço democrático deverá ter vida longa, servindo de ensaio para ações políticas futuras.

8. Nesse contexto se insere a preocupação com o processo pré-eleitoral em Fortaleza, quando os principais partidos do campo democrático e progressista (PT, PDT, PSB, PCdoB, PV e Psol) já anunciaram ou estão definindo candidaturas próprias. A legitimidade dos partidos na busca do fortalecimento eleitoral, principalmente com a vedação das coligações proporcionais, é inquestionável. As pretensões dos grupos, tendências e lideranças políticas também fazem parte do jogo político, mas devem ser secundarizadas em função da gravidade dos ataques ao próprio Estado Democrático de Direito. Infelizmente, este quadro consolida uma ameaça de retrocesso em relação às conquistas importantes acumuladas nas últimas décadas no Ceará. Tal cenário não pode ser ignorado por democratas e progressistas, que têm o dever de evitá-la. A ameaça à democracia, representada pela marcha do bolsonarismo, é visível e pode ser percebida na fragilização das relações trabalhistas, destruição do meio ambiente, ausência de transparência, cortes de políticas educacionais, assistenciais e de saúde, além dos ataques permanentes à imprensa, judiciário, legislativo e movimentos sociais.

9. A configuração pré-eleitoral aponta um paradoxo. Hoje, o governador Camilo Santana está, na prática, inviabilizado de participar, pela coalizão política que compõe sua gestão, do 1º turno das eleições da principal arena eleitoral do Estado, 5ª capital mais populosa do país, fundamental no contexto nordestino e nacional. Camilo está à frente de uma exitosa experiência de gestão, com intenso investimento na capital, fruto de uma enorme capacidade de diálogo, e é a principal figura da política cearense, com grande influência sobre os eleitores de Fortaleza. A pulverização de candidaturas vai na contramão da história e possibilita a abertura de uma janela para o avanço do candidato bolsonarista em Fortaleza.

10. Contraditoriamente, as principais lideranças desses partidos manifestam essas mesmas preocupações e apontam a importância da unidade. O tempo está passando e tais preocupações não conseguem se traduzir em gestos concretos que possibilitem um diálogo aberto e franco. O que está faltando para “sentar-se à mesa” com bom senso e maturidade política?

11. A superação das divergências não é tarefa fácil e nem é uma equação política resolvida por fórmula mágica. Nuances locais e nacionais tensionam o processo e dificultam o entendimento. No entanto, a causa pela qual se faz necessária a unificação dessas forças é muito maior e mais importante que as causas que as dividem. Podemos tomar como ponto de partida a configuração política democrata e progressista iniciada no plano nacional, em 2003, e no plano estadual, em 2006. Não para mapear acertos e erros, mas para vermos, em perspectiva histórica, as contradições vivenciadas e as possibilidades de superação dialética no contexto de 2020.

12. Ao propor a superação das divergências apontamos para a necessidade de realizarmos uma síntese política do que foi produzido de melhor nas gestões petistas e pedetistas dos últimos 16 anos na prefeitura de Fortaleza, tendo como objetivo a superação da pobreza, da miséria e da desigualdade, priorizando um agenda econômica, social e política inclusiva, democrática e participativa. Não é um simples somatório de ações/projetos ou tampouco consensos sobre a análise da atuação de cada governo. Trata-se, antes de tudo, da capacidade de assimilarmos as experiências governamentais importantes sem jogar no lixo suas contradições e fragilidades, reconhecendo o papel e a importância histórica para a cidade e para a democracia não só do PT e do PDT, mas de todos os partidos democráticos e progressistas que desejarem compor uma Frente Ampla Democrática, Popular e Antifascista para governar Fortaleza.

13. Organismos internacionais mostram que continuamos sendo uma das cidades mais desiguais do mundo. Convivemos com velhos e novos problemas a cada governo. Herdaremos uma profunda crise econômica, social e sanitária nos pós-epidemia. A experiência de 16 anos permite que o conjunto dos partidos do campo democrático e progressista iniciem um processo de construção de um programa mínimo comum – com propostas emergenciais de renda mínima, segurança alimentar, microcrédito e inclusão digital – capaz de oferecer ao povo fortalezense uma proposta com a qualidade que nenhum deles conseguirá isoladamente. É necessário construir um programa de governo que garanta a participação popular nas decisões administrativas, como as experiências exitosas de orçamento participativo e conselhos temáticos. É imperioso que educação de qualidade, moradia, preservação do meio ambiente e políticas de mobilidade urbana estejam entre as prioridades administrativas

14. É uma decisão que exige esforços para além das nossas limitações e fragilidades humanas. Nossas vaidades, crenças e ideologias não precisam ser negadas. Basta apenas que deem passagem preferencial para a razão, num momento em que a história a exige.
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