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Carta Aberta ao CAp

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Esta petição foi criada por Joaquim M. e pode não representar a visão da comunidade da Avaaz.
Joaquim M.
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Família CAp
CARTA ABERTA À DIREÇÃO, CORPO DOCENTE E DEMAIS SERVIDORES DO COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – CAp/UFPE




No dia 24 de setembro do corrente ano, a Equipe de Gestão do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco publicou “Nota à Comunidade Escolar do CAp-UFPE sobre atividades presenciais”, em que comunicou a decisão do Pleno da instituição pela continuidade das atividades remotas e implementação de atividades integradoras presenciais.A decisão, unilateral e equivocada de não retornar às aulas presenciais, não atende aos interesses dos alunos e das famílias, desconsidera a inegável perda da qualidade do ensino com a permanência do formato remoto, além de ignorar os graves malefícios psicológicos causados a crianças e adolescentes. Registre-se que a nota em questão, ao insistir no modelo de aulas exclusivamente remotas (síncronas e assíncronas), não está em conformidade com a Portaria 005/2021 do Ministério da Educação, que reconhece “a importância do retorno à presencialidade das atividades de ensino e aprendizagem, em todos os níveis, etapas, anos/séries e modalidades da educação básica nacional” (artigo 1o.).    Pensar ou defender o contrário, a toda evidência, significa adotar postura negacionista em relação à interpretação que melhor revela as principais tônicas da normativa do MEC, quais sejam: 1) A imprescindibilidade do imediato retorno planejado das atividades de ensino e aprendizagem; 2) A garantia de todas as condições necessárias à biosegurança da comunidade escolar.    Quanto à autonomia das redes de ensino (mencionada no art.2o da portaria), o texto quer se referir às providências administrativas que cada entidade tomará para garantir o retorno imediato das atividades presenciais. De maneira alguma, autoriza-se a subversão da lógica contida na portaria, isto é, que o retorno às aulas presenciais é medida que se impõe.Compreendemos o contexto da pandemia e a necessidade de segurança para a volta às aulas, assim como estamos cientes da falta de verbas e das limitações financeiras impostas pelo Governo Federal. Sempre defendemos que a volta apenas se desse com professores e boa parte da população vacinados, obedecidos todos os protocolos de segurança sanitária. Dessa forma, entendemos que esse momento chegou, e a escola não pode simplesmente ignorar os fatos. O CAp é hoje a única escola em todo o Estado de Pernambuco que permanece sem nenhum plano de retorno às aulas presenciais. Uma instituição de ensino de reconhecida excelência que, sob qualquer aspecto que se examine, possui estrutura e condições de trabalho superiores às congêneres estaduais, municipais ou privadas. Um dos inúmeros prejuízos a que os estudantes estão submetidos é o comprometimento do conteúdo programático. Os alunos estão tendo contato precário e virtual com os professores de cada matéria – apenas uma aula por semana de cada disciplina - e se encontram completamente desmotivados. Não há vínculo com os professores e a ligação entre os alunos está se fragilizando cada vez mais. As atividades assíncronas, computadas como carga horária, não são aulas, mas tarefas e atividades de casa sem coordenação alguma. Como é sabido, seres humanos, ainda mais crianças e adolescentes, necessitam de rotina, disciplina e convivência com iguais em espaços saudáveis, como é a escola. A forma como a direção do CAp tem lidado com a pandemia impôs aos alunos o ócio improdutivo e a recorrência desenfreada às redes sociais como forma de suprir a carência por adequada socialização.A saúde emocional dos alunos está profundamente abalada. E, diferente do conteúdo pedagógico, tal circunstância pode ser irrecuperável ou deixar sequelas perenes. A Organização Mundial de Saúde - OMS, o Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO, a Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS, o Ministério da Saúde, as Sociedades Americana e Brasileira de Pediatria, dentre outras entidades, alertam que as aulas precisam retornar e que os prejuízos irão afetar toda uma geração.Há de se atentar que Escola é diferente de Universidade: os alunos entram ainda crianças no CAp e, durante a vida escolar, passam por um processo formativo de sensibilidade, sociabilidade e aprendizagem que lhes está sendo sonegado. O fato de o CAp funcionar dentro da Universidade e integrar sua estrutura organizacional não torna as situações dos alunos dessas instituições equivalentes. Ademais, a quase totalidade dos alunos que assim desejaram já estão vacinados, ao menos com a primeira dose, bem como pais e professores, estes últimos contemplados prioritariamente no plano municipal de vacinação. A propósito, a justificativa de tal prioridade não é outra senão abreviar ao máximo o retorno às aulas presenciais, imprescindíveis para a adequada formação pedagógica e humana dos alunos. Destaque-se que a cidade do Recife é uma das capitais com maior número de vacinados, em termos proporcionais, e nossos índices de Covid são cada vez mais baixos, com drástica diminuição de internações hospitalares devido à doença. Estamos alcançando o desejado equilíbrio entre doentes e capacidade de absorção pelo sistema de saúde.É certo ainda que a esmagadora maioria das escolas dos países do G20 já voltaram às aulas presenciais, ou estão voltando gradualmente, incluindo as Redes Estadual de Pernambuco e Municipal do Recife. Enquanto isso, o CAp não tem ou não apresentou sequer um plano de volta às aulas. No entanto, apesar de inúmeras solicitações, não houve nenhuma reunião para esclarecimentos e conversa sobre as aulas presenciais. É visível a deterioração dos canais de comunicação, encastelamento e distância cada vez maior entre os interesses dos alunos - razão de ser da escola - e as decisões do CAp.Nós, como pais, propomo-nos a trabalhar junto com a escola, para obter melhores soluções, a fim de assegurar o direito à educação dos nossos filhos e demais alunos, garantido constitucionalmente (artigo 227, da Constituição Federal) e reproduzido na legislação infanto-juvenil – artigo 4o, do Estatuto da Criança e do Adolescente.Enfim, a insatisfação é praticamente unânime entre as famílias.Não há dúvida de que a pandemia deixará um indesejável legado de prejuízos indeléveis ao aprendizado e ao desenvolvimento de habilidades intelectuais para toda uma geração de crianças e adolescentes. Nós, os pais dos alunos do CAp, questionamos quais as contribuições e os esforços envidados pelos docentes para, verdadeiramente, atenuar os efeitos nefastos das perdas, tidas como fato consumado.Para tanto, é necessário que o CAp estabeleça uma via de comunicação conosco, a fim de discutirmos as dificuldades e colaborarmos com o que for necessário.Assim, rogamos aos dirigentes e professores do CAp, profissionais de formação excepcional, que considerem a apreensão e a angústia dos pais subscritores desta carta, que se ressentem da ausência de diálogo construtivo, certos de que a relação a ser estabelecida no caso é a da palavra compartilhada, pois “ninguém pode dizer a palavra verdadeira sozinho, ou dizê-la para os outros, num ato de prescrição, com a qual rouba a palavra dos demais” (Paulo Freire). Por fim, nunca é demais lembrar, na lição de Freire, que “ensinar exige bom senso, apreensão da realidade, convicção de que a mudança é possível, e, mormente, saber escutar.”Certos de que contaremos com a sensibilidade dos gestores do CAp, aguardamos um posicionamento da instituição.O retorno às aulas presenciais do CAp é urgente e não pode esperar mais!Atenciosamente,
PAIS DOS ALUNOS DO CAp - UFPERecife, 27 de setembro de 2021



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