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Exija o tombamento das casas de Vilanova Artigas e Miguel Juliano em Ponta Grossa - PR

Exija o tombamento das casas de Vilanova Artigas e Miguel Juliano em Ponta Grossa - PR

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P S.
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Poder público
Na noite de 30 de setembro de 2019, o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (COMPAC) foi contra o tombamento de três das cinco edificações que foram apresentadas na Sessão Pública de Tombamento que aconteceu no Teatro Ópera, em Ponta Grossa-Pr. Entre as edificações que não foram tombadas, estavam duas casas modernistas de extrema importância para a história do desenvolvimento da arquitetura e da sociedade regional, ambas projetadas por arquitetos de renome internacional, e de reconhecida importância, sendo material de pesquisa de dissertação e publicação de livro. Um destes arquitetos, não é ninguém mais ninguém menos do que Vilanova Artigas, o qual, junto a Oscar Niemeyer, fez parte da geração que apontou os caminhos da arquitetura modernista brasileira (mais informações sobre as residências e as pesquisas ao final do texto). No entanto, não existiu qualquer critério técnico que pudesse justificar a falta de interesse na preservação de imóveis tão importantes. Pelo contrário, sobram argumentos que justificam os tombamentos: as edificações estão bem conservadas, sem significativas descaracterizações, possuem importância arquitetônica e histórica reconhecida regionalmente (se não nacionalmente), e a grande maioria dos conselheiros votou favoravelmente ao tombamento.MAS ENTÃO, COMO ELAS NÃO FORAM TOMBADAS?A legislação de Ponta Grossa possui muitas peculiaridades. Entre elas, a determinação de que o tombamento só acontece se 70% dos conselheiros forem favoráveis à proposta. Nos casos das edificações que não foram tombadas na noite do dia 30 de setembro, duas delas receberam mais de 70% de votos favoráveis.NOVAMENTE, SE ELAS RECEBERAM MAIS VOTOS DO QUE O NECESSÁRIO, COMO ELAS NÃO FORAM TOMBADAS?O pulo do gato está aí:A legislação exige 70% de votos favoráveis do Conselho completo, desconsiderando eventuais faltas dos 21 Conselheiros. Ainda existe outro favor gravíssimo, que gerou uma indignação enorme dos presentes: na lista das entidades que participam do COMPAC, duas não existem mais e uma nunca enviou um representante. Ou seja, as chances de qualquer tombamento acontecer são mínimas.Os conselheiros que votaram contra todos os tombamentos, se tivessem um entendimento mais aprofundado sobre o tema e sobre a legislação, talvez tivessem percebido que é muito mais prático (e menos vergonhoso, se considerarmos a quantidade de vaias que escutaram ontem) ficar em casa. O resultado da sessão seria o mesmo.A terceira residência não tombada recebeu menos do que 70% de votos dos conselheiros presentes, que aceitaram a justificativa apresentada pelo proprietário de que “o tombamento prejudicaria a preservação do imóvel”. Sim, você leu corretamente. Esse foi o principal argumento utilizado para inviabilizar o tombamento.Os problemas envolvendo a atuação do COMPAC e a preservação do patrimônio histórico em Ponta Grossa são muitos e já atravessam várias gestões municipais, mas, o mais grave é a grande parcela de entidades e conselheiros em sua composição contrários a qualquer tipo de preservação. Assim, é vital que a legislação seja atualizada e o Conselho seja transformado em um espaço plural e com capacitação técnica suficiente para de fato preservar o que temos de único: a nossa memória. A luta pela preservação do patrimônio cultural é extenuante, mas extremamente necessária e urgente. O conjunto arquitetônico modernista da cidade deve ser protegido para que se permaneça registrado, na paisagem urbana, esse momento histórico marcante. Nesse contexto a expressão modernista, que já foi objeto de estudos científicos e publicação de livros, pode ser considerada um marco da paisagem da cidade, pois as edificações atuam como monumentos em meio ao restante do espaço urbano e por retratar um período áureo no desenvolvimento de Ponta Grossa.
Exigimos de imediato nova votação, desta vez justa e não viciada, de forma a incluir no rol de bens tombados de Ponta Grossa, as duas casas modernistas mais importantes da cidade.
Informações sobre as residências:
RESIDÊNCIA FAMÍLIA CORREIA DE SÁ
A Residência Família Correia de Sá está situada na Rua Coronel Dulcídio, nº 481. Foi a primeira edificação modernista de Ponta Grossa, executada em 1948. O projeto é do arquiteto Vilanova Artigas que, juntamente com Oscar Niemeyer, representa nacional e internacionalmente a arquitetura modernista brasileira.O projeto apresenta pilotis, sob o bloco que sai em balanço para a rua, em uma demonstração clara do domínio da técnica e da linguagem modernista. O telhado apresenta-se plano na parte superior e em forma de asa de borboleta na parte inferior. Possui dois grandes panos de vidro, localizados nas duas laterais opostas da sala, que faz com que o observador que passa pela rua possa olhar através do vidro. Há a preocupação com o conforto térmico, localizando as aberturas dos quartos nas fachadas norte e leste. A casa possui uma área de convivência privilegiada, com uma distribuição interna adequada aos padrões modernistas, preocupada em aliar forma e função.Apesar de ser a primeira edificação modernista da cidade, e que poderia muito bem importar todas as características do modernismo internacional, ela se adapta muito bem às condições impostas pelo local, a começar pela dimensão do terreno, com uma testada de 18,50m e área de 610,50m². A área de construção totaliza 270,60m². A edificação foi concebida para aqueles que queriam se destacar como os legítimos ponta-grossenses, representantes de uma sociedade em plena expansão, como uma arquitetura que poderia carregar seu capital simbólico, poderia ser representante de suas identidades.Seu uso residencial foi modificado, passou por diversos proprietários, mas ainda permanece praticamente inalterada, conservando suas características principais.É um exemplar de grande representatividade do estilo modernista, que cristaliza um período da história da cidade, e de grande significância para a solidificação da arquitetura modernista ponta-grossense, por se tratar de um projeto de Vilanova Artigas e do primeiro exemplar executado nesse estilo.
RESIDÊNCIA FAMÍLIA JUSTUS

A Residência Família Justus está implantada na Rua Theodoro Rosas, nº 910, esquina com a Rua Coronel Dulcídio. O proprietário original da residência, Sr. Lauro Justus, foi quem se propôs a investir na arquitetura modernista para essa casa. Ele fez sua faculdade de medicina em São Paulo, onde o modernismo já estava em voga, quando vem à Ponta Grossa vê como potencial de singularidade investir nas casas que via nas capitais.Sua construção é da década de 1950 e apresenta telhado em borboleta – uma característica forte da arquitetura modernista brasileira. O bloco frontal possui um volume que se destaca da edificação. Na frente do volume, no pavimento superior, existe uma sacada protegida por cobogós. No mesmo bloco, no piso inferior, janelas em fita percorrem toda a extensão da casa, sendo interrompidas apenas por um pano de vidro na fachada frontal. Ainda existem brises, pilotis e uma rampa que conecta os blocos, características extremamente marcantes do modernismo.
Livro: ARTIGAS E MIGUEL JULIANO: 6 CASAS MODERNISTAS EM PONTA GROSSA.
das autoras: Ana Luísa Bezerra Furquim e Giselle Pina Braga
Dissertação: PILOTIS E PANS DE VERRES SOB A ÓTICA BOURDIANA: UM ESTUDO
SOBRE A ARQUITETURA MODERNISTA NO ESPAÇO
URBANO DE PONTA GROSSA - PR
https://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/506
Postado (Atualizado )