Ajude Mogi das Cruzes a ter um Centro de Triagem de Animais Silvestres( CETAS)

Mogi das Cruzes apresenta mais de 65% do seu território situado em áreas de preservação ambiental, que abrigam espécies raras da fauna e da flora. Podemos citar como exemplos da nossa fauna peculiar, o Sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), o Caburé-acanelado (Aegolius harrisii), o Bicudinho-do-brejo-paulista (Formicivora paludicola), esta última, uma ave recém-descoberta e que já está criticamente ameaçada de extinção, pois tem como morada não mais que 20 pequenas áreas de brejos nos arredores dos Rios Tietê e Paraíba, no Vale de Paraíba. Esses remanescentes florestais abrigam uma rica biodiversidade, que ainda não é totalmente conhecida e desperta o interesse de inúmeros pesquisadores do Brasil e do mundo, além de atrair turistas e amantes da natureza, que chegam ao Município interessados nesses atrativos. Em números, segundo dados da prefeitura, temos em nossa cidade, 47.227,24 hectares de áreas de preservação ambiental, 18.416 hectares de remanescentes da Mata Atlântica e 442 hectares de proteção efetiva, ou seja, 0,5% da área do território mogiano, representadas pelas áreas do Parque Municipal e da Estação Ecológica do Itapety. 
Infelizmente, assim como em outras cidades deste Brasil afora, Mogi das Cruzes sofre também uma pressão do crescimento urbano e boa parte dessas áreas de proteção ambiental, são limítrofes a aglomerados urbanos, estradas e estruturas construídas pelo homem e que oferecem riscos à integridade física dos animais silvestres ou alteram e destroem seus habitats, aumentando o risco de extinção e também promovendo o contato, muitas vezes deletérios, com seres humanos. Quase que diariamente, são recolhidas por instituições públicas como, Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros, Centro de Controle de Zoonoses e muitas vezes, clínicas veterinárias particulares, dezenas de exemplares de espécies silvestres, que chegam a esses locais por serem vítimas de acidentes, maus tratos, vítimas do tráfico ou mesmo porque adentraram áreas urbanizadas e poderiam trazer riscos para sua integridade e também para o homem. A carência, no município, de uma estrutura adequada para o recebimento, manutenção e tratamento desses animais silvestres, nos obriga a encaminha-los para instituições, autorizadas pelos órgãos de proteção ambiental, em outros municípios, que nem sempre dispõe de vagas suficientes à própria demanda local. Não bastasse isso, enquanto aguardam uma destinação, esses animais ficam alojados em lugares sem uma estrutura mínima, sem o auxílio de profissionais especializados, muitas vezes acelerando a piora clínica dos doentes, que acabam indo a óbito e também, oferecendo riscos aos que os manipulam, sem a devida precaução.
A criação de um Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), em nossa cidade, minimizaria uma série de problemas relacionados ao encontro desses espécimes, que necessitam de um cuidado especial e especializado, tão logo sejam resgatados e que se estenda até o momento em que possam obter um destino adequado. Além disso, parcerias com nossas universidades e empresas, poderiam fomentar pesquisas e alinhar os investimentos em compensações ambientais, trazendo mais benefícios à proteção de nosso ecossistema.
Com base no exposto, é patente a urgência de criar tal estrutura, além de melhorar o trabalho de proteção de nosso ambiente, combatendo a exploração destruidora, estimulando o desenvolvimento sustentável e criando mecanismos que incentivem as gerações futuras a ter uma relação mais harmoniosa com a natureza.