Globosat - Canal GNT: Retirem do ar programa Bons Sonhos - Ensinando o Abandono de Crianças.

O programa Bons Sonhos que é transmitido pelo Canal GNT, trás técnicas que hoje já se sabe por meio de estudo que são prejudiciais para o desenvolvimento das crianças, propondo que as deixem por meio de um termo absurdo chamado "chororô do bem". Não existe chororô do bem, esse tipo de conduta, faz com que a crianças se sinta abandonada pelos pais, e acabam por dormir devido à exaustão.
É triste que um canal que já trouxe o documentário e a série "O começa da vida", hoje mantém em sua programação esse deserviço para a população.
Na minha jornada da maternidade que começou com a busca por um parto respeitoso para mim e para meu filho, fui descobrindo um novo caminho, na verdade uma continuidade do caminho que comecei a trilhar na gestação que é a criação com apego que prevê o respeito e a empatia para com o bebê, e a criação de vínculos emocionais fortes e saudáveis entre pais e filhos. Mesmo sem evidências científicas dentro de mim não me parecia saudável deixar um bebê chorando, pesquisando sobre isso, conheci o pediatra espanhol Carlos Gonzalez, e seu livro "Besame Mucho &dash como Criar seus filhos com amor". Ele propõe uma reflexão sobre a forma de acolher novo integrante da família, propondo uma educação com base no amor no respeito, na liberdade e na empatia. Atualmente meu filho tem 08 meses e eu e meu marido norteamos a criação de nosso filho baseado nos princípios da criação com apego. Um deles diz respeito ao Sono. Nós devemos garantir um sono seguro tanto no aspecto físico quanto emocional aos nossos filhos. E atualmente existem estudos que afirmam que técnicas de treinamento de sono podem ter efeitos psicológicos e fisiológicos prejudiciais ao desenvolvimento dos bebês e crianças.Eu decidi assistir ao programa, pois quando vi o comercial já senti um medo que ele propusesse essas “técnicas” para o bebê adormecer. Ele até começa bem com a “especialista” falando sobre a higiene do sono, onde conforme for anoitecendo a casa deve ir adormecendo e os estímulos diminuindo. Porém, depois disso, infelizmente o que vi foi desesperador, ela dizia à família que existiam 3 formas para “ensinar” a criança dormir, e ela já apresentava as técnicas de forma tendenciosa dizendo que o método “com colinho” que seria o de amparar a criança com carinho e colo quando chorasse durante a noite, tratava&dashse de um método lento que pode levar de 4 a 6 semanas para dar “sucesso”, apresentava um outro método intermediário, e por fim apresentava o método “chororô do bem” que com alta efetividade, que seria deixar a criança chorar e voltar no quarto a cada 3 minutos mas não se pode pegar o bebê no colo. Você já apresentar o método dessa forma para pais exaustos é óbvio que escolheriam o método com resultado mais rápido. Ressalto aqui que tenho todo amor e empatia por esse casal exausto, que em nenhum momento os julgo em suas escolhas. O que se segue é desesperador, a criança pedindo por amparo, e só podem retornar a cada 3 minutos de choro contínuo da criança, mas não podem tocar nem falar com ela. Por fim a criança acaba dormindo por exaustão. O que temos no fim é que a criança realmente começa a dormir em seu quarto, ou seja, resultado atingido com sucesso, mas e a criança&quest Ela dorme, mas não porque entendeu e sim porque desistiu e aceitou que o seu chamado não será atendido. Não existe chororô do bem, o choro libera cortisol que é o hormônio que liberamos em situação de stress.Diante disso não pude me calar, uma coisa que aprendi após o nascimento do meu filho é que nós mulheres temos de nos unir e somar forças. Aqui em Porto Alegre junto com mais 11 mães que se conheceram ainda gestantes iniciamos um grupo virtual de apoio às mulheres no puerpério, esse grupo foi crescendo e hoje essas 12 mães apoiam outras 70 mães, e o grupo segue crescendo. É um trabalho de formiguinha mostrar para uma puérpera que é NORMAL o seu bebe de 15/30/40 dias querer apenas o colo da mãe. Infelizmente em nossa cultura hoje, não toleramos nas crianças comportamentos que são totalmente admissíveis em adultos (por exemplo, um adulto pode ter um dia ruim e querer companhia para desabafar, mas a criança sempre é vista como se estivesse fazendo "birra" e deve ser silenciada, já ouvi até o termo "manipulador" direcionado par a um bebê de 6 meses). Todo dia, temos que mostrar para a nova mãe que ela não está errada em seguir sua intuição em amparar e acalentar seu filho. E então surge esse programa com um alcance em larga escala, apresentando uma “fórmula” mágica para um bebê adormecer. Imagino quantos pais e mães cansados serão atingidos por essa informação, sem ter a chance de saber que existe um outro caminho, da criação com apego e respeito, e a partir disso tomar suas decisões em sua família.