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Esta petição foi encerrada
Rádio Transamérica Pop - FM - Balneário Camboriú - SC: Desagravo ao radialista Robson Dias em defesa da democracia.

Rádio Transamérica Pop - FM - Balneário Camboriú - SC: Desagravo ao radialista Robson Dias em defesa da democracia.

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Ricardo A.
começou essa petição para
Rádio Transamérica Pop - FM - Balneário Camboriú - SC, Diretor Geral Honorato Salvatti, canaltrasamericabc@gmail.com
Carta Aberta aos Diretores da Rádio Transamérica Pop de Balneário Camboriú

Prezados,

Um ditado popular brasileiro esculpiu no senso comum a ideia que somos um país tolerante, onde não existe racismo e tudo se resolve numa roda de samba, falando de futebol e bebendo cerveja. Entretanto, o Brasil tem enfrentado tempos difíceis e as máscaras, que encobrem a intolerância de diversos setores da sociedade, tem caído diariamente.
Lutamos por mais de vinte anos pela redemocratização do Brasil. Com a democracia o nosso país teve um presidente exilado (FHC), um líder sindical (Lula) e agora uma presidente mulher que sobreviveu aos porões da tortura nos anos de chumbo (Dilma). Para o futuro, não importa quem esteja no governo, o que importa é que o processo de escolha seja conduzido democraticamente.
O pressuposto básico de qualquer democracia é que exista uma imprensa livre. E, principalmente, que o Estado garanta o livre exercício da prática jornalística. Doa a quem doer. Sempre será melhor escutar a voz de um jornalista polêmico do que não escutar voz nenhuma. Ainda que essa voz seja chapa branca ou radicalmente contrária, por interesses econômicos, ao poder estabelecido. Não se pode permitir que nenhum grupo de pessoas queira cercear um jornalista ou veículo de comunicação de fazer seu trabalho.
O direito de expressão é consagrado em nossa Constituição Federal. Não se pode calar a boca de ninguém por sua opinião. Mesmo que essa opinião desagrade as forças políticas, sociais e religiosas estabelecidas. Não se pode usar de violência, chantagem ou achacar ninguém na tentativa de impedir que sua opinião seja expressada. Os ofendidos, em uma democracia, tem mecanismos jurídicos para processar quem lhe ofende por opinião. É assim que deve ser feito.
Uma democracia deve garantir o direito de expressão e o direito de resposta para os ofendidos.
Quando um jornalista é perseguido ou demitido por causa de sua opinião. Quem sofre uma agressão é a democracia do país. E nós, jornalistas, não podemos admitir esse tipo de situação. Não podemos nos calar.
Ontem a Rádio Transamérica Pop de Balneário Camboriú (SC) afastou o radialista Robson Dias do seu programa matinal. Segundo informações do próprio e de relatos em redes sociais, o fato ocorreu porque uma comissão de pastores evangélicos, insatisfeitos com as opiniões do radialista, pressionaram a direção da rádio para que o mesmo fosse demitido. A princípio a direção ignorou o pedido e a tal comissão, ao que parece, chantageou anunciantes da rádio com boicotes. Fato, que acabou por selar o afastamento do Robson Dias do seu programa.
O fato é gravíssimo e nos mostra um perigoso precedente que esse tipo de pressão pode gerar. O jornalista Robson Dias é conhecido por opiniões fortes em defesa da legalização da maconha e da luta pela criminalização da homofobia. Temas que tem forte oposição, principalmente, entre algumas denominações evangélicas e entre parte da bancada federal que representa os pastores.
Entretanto, por mais polêmicas que sejam as opiniões do radialista sobre esses assuntos em seu programa de rádio diário. Não quer dizer que alguém ou alguma comissão, seja ela de pastores, políticos ou seja lá qual sua composição, tenha o direito de achacar anunciantes ou a própria rádio para que o mesmo seja demitido. Em nenhum momento, os microfones do programa foram fechados para algum setor discordante. É sabido que a condução do programa apresentado por Dias sempre foi democrática e permitiu a opinião de vários setores políticos, sociais e religiosos da região.
O Brasil passa por um momento delicado e que requer, dos órgãos de comunicação, muita seriedade e coragem para enfrentar os desvios democráticos que se põe. É um momento histórico, que necessita de diálogo entre a sociedade e seus representantes. Temas polêmicos têm dividido o país. A intolerância e o ódio contra as minorias tiram vidas, provocam mais violência e incitam os racistas, misóginos, homofóbicos para uma luta em nome de Deus. Luta perigosa que coloca nossas instituições em xeque.
Dessa forma, não podemos permitir que a voz de um radialista seja calada por forças que agem em nome da religião. Forças que não representam a opinião da maioria dos fiéis. Mas que podem provocar uma guerra, como já visto em outros países, que derrama sangue inocente e nos arrasta para tempos sombrios no Brasil.
Defender o radialista Robson Dias nesse momento. Não é uma luta para reposicionar um jornalista ao seu posto e tampouco uma luta de quem defende ou não as opiniões do mesmo. É uma luta da categoria para garantir que outros jornalistas não tenham sua voz calada pela intolerância religiosa e política de uma minoria que usa o nome de Deus em favor próprio.
Não se trata de uma luta contra Deus, à favor da legalização da maconha ou pela criminalização da homofobia. Trata-se em defender a democracia. Porque sem essa, nenhuma das outras lutas, inclusive o sagrado direito de seguir uma religião, são garantidos.
Sendo assim. Nós, jornalistas, radialistas e cidadãos da região exigimos que a Rádio Transamérica Pop de Balneário Camboriú reconduza o radialista Robson Dias ao seu programa e registramos nosso repúdio aos que utilizam, de forma suja, o nome de Deus para tentar calar as vozes da democracia.
Assinam:
Confiram a integra no link https://docs.google.com/document/d/1UysIxS5WDLYtmmlHa799XswnsKUzWLNrSEd7qi2iwvw/edit?usp=sharing
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