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Esta petição foi encerrada
Pelo tombamento e preservação da Casa da Estrella, a casa de Benedito e Maria Sylvia Nunes

Pelo tombamento e preservação da Casa da Estrella, a casa de Benedito e Maria Sylvia Nunes

Esta petição foi encerrada
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Coletivo C.
começou essa petição para
Ao Exmo. Sr. Governador do Estado do Pará Helder Zahluth Barbalho
A casa de número 2735, na Travessa da Estrella, foi o endereço por mais de 65 anos de três ilustres paraenses: Angelita Silva (1916-1996), Benedito Nunes (1929-2011) e Maria Sylvia Nunes (1930-2020). Palco de experimentações cênicas e literárias, a casa abrigou cursos, reuniões editoriais, clube de leitura, cineclube e consagradas audições de música, que reuniam amigos, conhecidos, convidados e visitantes de várias partes do mundo. Esse movimento cultural tornou a Casa da Estrella uma referência para a
cidade de Belém, imortalizada por meio de relatos, poemas e imagens registradas pelos que ali encontraram abrigo. Essa foi a casa onde Benedito Nunes construiu uma obra singular como escritor, reconhecida entre as mais brilhantes e consistentes contribuições para o pensamento filosófico e literário no Brasil.

Após o falecimento de Maria Sylvia Nunes, o tombamento da Casa da Estrella foi solicitado ao Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Secretaria de Cultura do Pará, com base em três argumentos: a) o valor arquitetônico da residência, exemplar pioneiro da arquitetura modernista na Amazônia, com projeto de autoria de Angelita Silva e Ruy Meira, mencionado em diversos estudos sobre o assunto; b) o valor histórico da residência, personificado nos seus moradores, figuras centrais do movimento teatral, literário e educacional do Pará desde a década de 1940; c) o valor social da residência, palco de convívio de três gerações de artistas, escritores e professores, brasileiros e estrangeiros, que para Belém do Pará faziam convergir suas atenções em razão da importância da atuação intelectual de Benedito, Maria Sylvia e Angelita.

O tombamento da Casa da Estrella é fundamental para que se formalize seu devido status como Patrimônio Cultural do Estado. Além disso, é necessário garantir sua manutenção, pois a casa já se encontra em avançado processo de deterioração. Por esse motivo, além do tombamento, vimos solicitar que o Governo do Pará adquira a residência e garanta seu funcionamento como um centro de formação e pesquisa nas áreas de Artes e Humanidades. Isso poderia ser feito em parceria com a Universidade Federal do Pará, instituição que Angelita, Maria Sylvia e Benedito ajudaram a criar e construir.

Diversas pessoas que frequentaram a Casa da Estrella são capazes de testemunhar que a intenção de seus moradores era franquear ao público suas preciosas biblioteca, discoteca e pinacoteca, de fazer daquela residência um lugar de fruição e aprendizagem, onde cursos e seminários possam ser ministrados, onde exposições e espetáculos sejam apreciados, mantendo a tradição da casa. Esse foi o desejo expresso por Benedito e Maria Sylvia Nunes, que também manifestaram o desejo de que suas cinzas fossem depositadas no jardim da casa – o que, de fato, aconteceu.

Para honrá-los, nós, abaixo assinados, pedimos que o Governo do Pará defira o tombamento e adquira a Casa da Estrella. Acreditamos que essa seria a melhor maneira de preservar a memória dos habitantes da Casa da Estrella, mantendo-a viva e aberta, valorizando tudo o que seus moradores fizeram para o desenvolvimento do Estado do Pará e do Brasil.

Afonso Medeiros - Universidade Federal do Pará; Andréa Sanjad - Editora; Elizabeth Anne Jackson - Wesleyan University; Ernani Chaves - Universidade Federal do Pará; Jorane Castro - Cineasta; José Reinaldo Lima Lopes - Universidade de São Paulo ; Kenneth David Jackson - Yale University; Mariano Klautau Filho - Universidade da Amazônia; Michel Riaudel - Sorbonne Université; Milton Hatoum - Escritor; Nelson Sanjad - Museu Paraense Emílio Goeldi; Rui Sérgio Sereni Murrieta - Universidade de São Paulo; Valzeli Sampaio - Universidade Federal do Pará; e todos os abaixo-assinados:

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