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SOS Brasil - Ecoe o nosso grito
Associação D.
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APTR
Quanta dor e incerteza podem caber em um país? Até quando - e a que preço - o Brasil seguirá sem rumo pela mais devastadora crise sanitária, econômica e política do nosso tempo? Em que nação e com que valores queremos viver? Vítimas do coronavírus e da indiferença, já nos aproximamos de meio milhão de mortes de mães, pais, filhos, amigos e amores. O governo federal minimizou a pandemia, condenou o isolamento e as máscaras, recusou vacinas, promoveu medicamentos sem eficácia, ignorou o luto das famílias.
Como consequência, hoje faltam vacinas, remédios, equipamentos, leitos, médicos e até oxigênio. A saúde foi posta de lado com o argumento de que se defendia a economia. A vida perdeu o valor. E para quê? Hoje, além dos mortos, somos 27 milhões na pobreza extrema, 14,8 milhões sem emprego, 19 milhões passando fome - quase duas vezes a população inteira de Portugal. Mais da metade de todos os brasileiros vive situação de insegurança alimentar. Temos uma das maiores desigualdades de renda do planeta. Ou seja, o governo fracassou na saúde e na economia. E deu de ombros. Há dois anos, nós, profissionais da Cultura, estamos sob o ataque dessas mesmas pessoas que criaram este cenário desolador.
O governo federal quer nos calar: não nos enxerga e quer impedir que nos ouçam. Dita um pensamento único, moldado para seus seguidores, e não para os interesses do país. Promove uma guerra cultural. Tenta nos censurar, difamar e intimidar. Movido pelo revanchismo, impede o acesso a recursos garantidos por lei para a Cultura. Muitos de nós nem usamos incentivos fiscais, mas uma grande parcela do setor, hoje sem renda alguma, precisa deles para sobreviver. Por causa dessa operação de desmonte, produções foram paralisadas e milhares estão sem trabalho. Mas não desistimos. Nem vamos desistir.
Com a pandemia descontrolada, o Brasil virou um celeiro de variantes do coronavírus, enquanto coleciona incidentes diplomáticos, bate recordes de desmatamento na Amazônia, tenta taxar a venda de livros e facilitar a compra de armas. Os indígenas são perseguidos e massacrados. E a população negra, há séculos submetida a condições precárias de trabalho, habitação e renda, encabeça as piores estatísticas na saúde e na economia. Entre a fome e a doença, ainda precisamos lidar com uma política de segurança que defende o extermínio como tática. Viramos um pária.
Com medo do que nos tornamos, o mundo fechou suas fronteiras para nós. Mas pedimos que não fechem os olhos.
Desgovernados por autoridades que desprezam a vida, pregam o conflito e viram as costas para o luto, nós não ficaremos calados. Pedimos às Nações Unidas, ao Tribunal Penal Internacional, ao Supremo Tribunal Federal, ao Congresso Nacional, à Ordem dos Advogados do Brasil, entre outros, que protejam a vida, a democracia e a tolerância. Precisamos que nossas autoridades cumpram seu dever de impedir esta matança e de socorrer os que sofrem com a doença, a fome e o desalento. Precisamos de vacinas e de uma real política de enfrentamento à pandemia. Precisamos punir os responsáveis por este genocídio.
Antes da pandemia, nós, da Cultura, éramos 6 milhões de brasileiros produzindo filmes, peças, espetáculos de dança e circo, shows e discos. Ou criando livros, séries, novelas, exposições e festivais. Fomos os primeiros a parar por causa da Covid-19. E seremos os últimos a retomar nossas atividades. Levantamento da Unesco mostra que o impacto da pandemia sobre a Arte e a Cultura foi brutal. Mais de 70% de todos os trabalhadores de casas de shows, teatros e circos perderam completamente seus rendimentos nos primeiros meses da pandemia. Não cruzamos os braços.
Mesmo sem palco, ocupamos a internet para levar arte e cultura, emoção e reflexão, saúde mental e entretenimento a todos em suas casas. E nos mobilizamos para arrecadar doações. Nosso segmento representava 3% de todo o PIB do Brasil antes da pandemia. Mas somos muito mais que cifras. Da comédia que nos dá leveza para prosseguir ao drama que nos ajuda a processar a dor, da música que vira nossa trilha ao livro que dorme na nossa cabeceira, a Arte e a Cultura estarão sempre conosco nos momentos mais marcantes da vida. Elas ajudam a construir a identidade nacional, aquilo que faz de nós brasileiros, únicos. E devem conter todo tipo de pensamento porque é aí que está sua riqueza. A Cultura não pertence a um governo, um partido ou uma ideologia. Ela é parte da vida de cada um de nós, é nossa alma e deve estar no ar que precisamos respirar.
Nestes tempos sombrios que passamos, lutando contra a morte num país onde é preciso barganhar pela vida, nós, artistas, produtores, técnicos e demais profissionais da música, da literatura, das artes cênicas, visuais e audiovisuais, estamos de mãos dadas com todos os brasileiros para gritar pela defesa da vida e da democracia, pelo exercício pleno da liberdade de expressão e de imprensa, pelo respeito à Constituição e à ciência, pelo direito à educação e pela preservação da natureza. Ecoe o nosso grito. Em nome do que ainda há de Humano em nós.
Como consequência, hoje faltam vacinas, remédios, equipamentos, leitos, médicos e até oxigênio. A saúde foi posta de lado com o argumento de que se defendia a economia. A vida perdeu o valor. E para quê? Hoje, além dos mortos, somos 27 milhões na pobreza extrema, 14,8 milhões sem emprego, 19 milhões passando fome - quase duas vezes a população inteira de Portugal. Mais da metade de todos os brasileiros vive situação de insegurança alimentar. Temos uma das maiores desigualdades de renda do planeta. Ou seja, o governo fracassou na saúde e na economia. E deu de ombros. Há dois anos, nós, profissionais da Cultura, estamos sob o ataque dessas mesmas pessoas que criaram este cenário desolador.
O governo federal quer nos calar: não nos enxerga e quer impedir que nos ouçam. Dita um pensamento único, moldado para seus seguidores, e não para os interesses do país. Promove uma guerra cultural. Tenta nos censurar, difamar e intimidar. Movido pelo revanchismo, impede o acesso a recursos garantidos por lei para a Cultura. Muitos de nós nem usamos incentivos fiscais, mas uma grande parcela do setor, hoje sem renda alguma, precisa deles para sobreviver. Por causa dessa operação de desmonte, produções foram paralisadas e milhares estão sem trabalho. Mas não desistimos. Nem vamos desistir.
Com a pandemia descontrolada, o Brasil virou um celeiro de variantes do coronavírus, enquanto coleciona incidentes diplomáticos, bate recordes de desmatamento na Amazônia, tenta taxar a venda de livros e facilitar a compra de armas. Os indígenas são perseguidos e massacrados. E a população negra, há séculos submetida a condições precárias de trabalho, habitação e renda, encabeça as piores estatísticas na saúde e na economia. Entre a fome e a doença, ainda precisamos lidar com uma política de segurança que defende o extermínio como tática. Viramos um pária.
Com medo do que nos tornamos, o mundo fechou suas fronteiras para nós. Mas pedimos que não fechem os olhos.
Desgovernados por autoridades que desprezam a vida, pregam o conflito e viram as costas para o luto, nós não ficaremos calados. Pedimos às Nações Unidas, ao Tribunal Penal Internacional, ao Supremo Tribunal Federal, ao Congresso Nacional, à Ordem dos Advogados do Brasil, entre outros, que protejam a vida, a democracia e a tolerância. Precisamos que nossas autoridades cumpram seu dever de impedir esta matança e de socorrer os que sofrem com a doença, a fome e o desalento. Precisamos de vacinas e de uma real política de enfrentamento à pandemia. Precisamos punir os responsáveis por este genocídio.
Antes da pandemia, nós, da Cultura, éramos 6 milhões de brasileiros produzindo filmes, peças, espetáculos de dança e circo, shows e discos. Ou criando livros, séries, novelas, exposições e festivais. Fomos os primeiros a parar por causa da Covid-19. E seremos os últimos a retomar nossas atividades. Levantamento da Unesco mostra que o impacto da pandemia sobre a Arte e a Cultura foi brutal. Mais de 70% de todos os trabalhadores de casas de shows, teatros e circos perderam completamente seus rendimentos nos primeiros meses da pandemia. Não cruzamos os braços.
Mesmo sem palco, ocupamos a internet para levar arte e cultura, emoção e reflexão, saúde mental e entretenimento a todos em suas casas. E nos mobilizamos para arrecadar doações. Nosso segmento representava 3% de todo o PIB do Brasil antes da pandemia. Mas somos muito mais que cifras. Da comédia que nos dá leveza para prosseguir ao drama que nos ajuda a processar a dor, da música que vira nossa trilha ao livro que dorme na nossa cabeceira, a Arte e a Cultura estarão sempre conosco nos momentos mais marcantes da vida. Elas ajudam a construir a identidade nacional, aquilo que faz de nós brasileiros, únicos. E devem conter todo tipo de pensamento porque é aí que está sua riqueza. A Cultura não pertence a um governo, um partido ou uma ideologia. Ela é parte da vida de cada um de nós, é nossa alma e deve estar no ar que precisamos respirar.
Nestes tempos sombrios que passamos, lutando contra a morte num país onde é preciso barganhar pela vida, nós, artistas, produtores, técnicos e demais profissionais da música, da literatura, das artes cênicas, visuais e audiovisuais, estamos de mãos dadas com todos os brasileiros para gritar pela defesa da vida e da democracia, pelo exercício pleno da liberdade de expressão e de imprensa, pelo respeito à Constituição e à ciência, pelo direito à educação e pela preservação da natureza. Ecoe o nosso grito. Em nome do que ainda há de Humano em nós.
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