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Carta aberta à comunidade escolar do NEI-CAp-UFRN

Carta aberta à comunidade escolar do NEI-CAp-UFRN

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Esta petição foi criada por Thábata A. e pode não representar a visão da comunidade da Avaaz.
Thábata A.
começou essa petição para
Reitor da UFRN/ Governo do Estado do RN
Carta aberta à comunidade escolar do NEI


O dilema sobre a reabertura das escolas em contraposição ao possível
aumento da transmissão do coronavírus e, por consequência, o aumento da
quantidade de vítimas na pandemia que já matou quase 400 mil pessoas no Brasil
permeia as discussões nas mais diferentes esferas sociais. Abrir ou não abrir a
escola: eis a questão? Em função de compreendermos as forças econômicas que
operam em torno da educação no país, não nos causou estranhamento que, em pleno momento de
agravamento da crise gerada pela epidemia do coronavírus (SARS COVID 19) e suas
variantes, a Câmara Federal aprovasse o PL 5.595/2020 e o governo do Estado do
Rio Grande do Norte publicasse o Decreto Lei Nº 10.870, de
22 de abril de 2021, estabelecendo que as atividades educacionais, ainda que em
situação de emergência ou calamidade pública, fossem consideradas essenciais.

Nesse cenário de alta taxa de transmissibilidade do vírus no Brasil é
dado às famílias o direito de decidir se envia ou não seus filhos à escola
nesse momento dramático da nossa história, mas aos professores e aos
funcionários da escola não lhes será permitido escolher:estarão expostos ao
vírus, no pior momento da pandemia no Brasil, sem que possam ao menos vislumbrar
o momento em que serão vacinados, uma vez que o esquema de vacinação no Brasil
anda a passos lentos. Dessa forma, excetuados aqueles que possuem transporte
particular, veremos inúmeras pessoas, entre professores, estudantes e demais
trabalhadores da educação, sem contar os próprios pais dos estudantes, ocorreram
aos transportes coletivos em todo país com vistas a chegar à escola, onde
reinará a segurança sanitária.

Em
pesquisa recente realizada por pesquisadores e professores dos departamentos de
Sociologia e Estatística da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sobre
os impactos da volta às aulas na propagação do Sars-Cov-2, (Disponível aqui: https://www.otempo.com.br/cidades/um-aluno-infectado-em-sala-de-aula-pode-transmitir-covid-para-60-pessoas-1.2473833.)
os resultados mostram que num grupo de crianças e adolescentes com idade entre
6 e 14 anos, um só aluno infectado numa sala com outros 20 tem potencial para
contaminar outros 60 do círculo familiar dos estudantes em apenas 15 dias. Isso
considerando que a escola adote rigorosamente as medidas sanitárias de
proteção. Sem o equipamento de proteção, o número é mais alarmante, pois seriam
90 os infectados em apenas 10 dias.

Ninguém
aqui pretende negar o anseio de pais e estudantes e a necessidade efetiva do
retorno às aulas presenciais, tanto pela importância do ensino propriamente
dito, quanto pelas suas dimensões sociais e afetivas. No entanto, há muito a
educação, sobretudo a pública, é negligenciada, principalmente se considerarmos
a estrutura física das escolas e seus recursos tecnológicos e essa situação
pouco se modificou durante a pandemia. Perguntamo-nos, então, por que nesse
momento crítico, ao invés de menosprezar a vida reabrindo escolas, o poder
público não está investindo em distribuição de alimentos para as famílias
carentes? Por que não está investindo em aparelhos eletrônicos e Internet para
os alunos?

Precisamos também considerar se as medidas sanitárias
que serão adotadas pelas escolas serão suficientes para suportar a complexa rede
de relações que se processa em seu interior num contexto em que o vírus se
torna mais agressivo e circula mais rapidamente. Não podemos nos esquecer que
essa rede de relações inclui professores que possuem famílias, estudantes que
tem irmãos em diferentes escolas, demais trabalhadores dos contextos os mais diversos,
muitos usuários do transporte coletivo.

Acreditamos
que a abertura da escola, nesse momento, colocaria em risco a vida de muitas pessoas,
num país que está normalizando a morte. Em função disso consideramos que o que mais
importa não é uma campanha que acene para a necessidade da vacinação dos
profissionais da educação como condição essencial para a reabertura das escolas,
mas, nesse momento em que as taxas de transmissibilidade do vírus operam em
alta, acreditamos que o foco deveria ser a luta por uma política pública que
garantisse a diminuição das taxas de transmissibilidade e a vacinação
irrestrita.

Enfatizamos, portanto, que o que deve determinar a
possibilidade de reabertura das escolas não é vacinação do professor, mas sim a
taxa de transmissão do vírus na sociedade que, no momento, é de 1.23 no Brasil, número considerado demasiado
alto. Acrescente-se a essa informação o fato de que o Rio Grande do Norte é o
estado com a maior taxa de transmissibilidade da doença no país, sendo de 1.49
nessa última sexta-feira (dia 24/04), de acordo com dados do Covid Analytics,
portal de monitoramento da pandemia criado por um grupo de professores da
PUC-Rio (Disponível aqui: https://www.saibamais.jor.br/rn-tem-maior-taxa-de-transmissao-de-covid-do-pais-de-acordo-com-pesquisa-da-puc-rio/).
Isso significa que 100 pessoas infectadas transmitem a doença para 149 em
média. Rodrigo Silva, pesquisador do LAIS/UFRN, explica que quando a taxa de transmissão
está acima de 1 significa que a pandemia está “em certo nível descontrolada”. Como
abrir escolas com essa taxa, expondo não só os professores, mas toda a comunidade
escolar e suas famílias?

Assim, gostaríamos de encerrar essa carta elencando 8
razões que, para nós, pais e mães de família que temos filhos matriculados na
educação infantil, no ensino fundamental e médio, justificam a não abertura das
escolas nesse momento:

1.
A taxa de transmissibilidade do vírus está demasiada alta.

2.
Todas as vidas importam. Nenhuma é descartável.

3.
A escola por si só, é um lugar de aglomeração: 13 alunos numa sala já não é
aglomeração?

4.
A família pode escolher se a criança pode ou não voltar à escola; o professor e
os funcionários da escola, que correm um risco maior em função da faixa etária,
são obrigados a voltar.

5.
As famílias vão abrir mãos de reuniões familiares e dos momentos de lazer com
risco de contaminação? Vão assinar um termo de compromisso limitando a
circulação apenas a supermercado e trabalho?

6.
A universidade/MEC, no caso do NEI, e o estado/município vão fornecer equipamentos
de proteção necessários, máscaras N95, PFF2 para professores, alunos,
funcionários?

7.
Quem vai ser responsável pela vida do professor, do aluno e do funcionário da
escola e pelas despesas médicas das pessoas do seu círculo que forem infectadas
no ambiente escolar?

8.
A sociedade vai diminuir a circulação nas ruas, evitando a proliferação do
vírus?

Diante
de tal contexto viemos, por meio dessa carta, nos solidarizar com os
trabalhadores da educação, ESPECIALMENTE A COMUNIDADE ESCOLAR DO NEI, ONDE
ESTUDAM NOSSOS FILHOS
, que estão na iminência de ter que se expor a esse
cenário desolador.

 


Diga
NÃO à reabertura das escolas!



Cuide-se!


Fique
em casa se puder!

Postado (Atualizado )