Pare as Pedreiras da Serra da Misericórdia
Há 50 anos existem pedreiras explorando brita na região, causando danos sérios à saúde da população devido à dispersão de poeira de sílica na atmosfera. Além disso existem no entorno diversas casas rachadas, pessoas de todas as idades com problemas respiratório e de pele e desestabilização de nascente através das explosões diárias.
Ajudem-nos a acabar com esse processo insustentável de injustiça ambiental na cidade do RJ.
Nós, abaixo assinados, moradores ou sensibilizados pela grande injustiça ambiental existente na região de Inhaúma, clamamos:
O imediato processo de desativação de três mineradoras atuantes na Serra da Misericórdia, sendo estas:
-Pedreira Anhanguera, localizada a Rua Xerente n. 340 está promovendo detonação com dinamite em área não autorizada, muito próxima a diversas residências, caracterizando expansão, num ato a nosso ver, irresponsável, pois coloca em risco a integridade física das pessoas.
-Pedreira Brasil Beton, localizada na Praça Professor São Paulo, 30, gerida pela empresa francesa LaFarge, opera a cerca de 50 anos na área, um caso absurdo de insustentabilidade , não cumpre as condicionantes de sua licença, principalmente quanto à mitigação de poeira em sua lavra diária, gerando grandes níveis de sílica particulada, material causador da Silicose, grave doença respiratória.
-Pedreira Sociedade Nacional de Engenharia e Construção, localizada à Estr. Adhemar Bebiano, 3.688, tendo parado seu processo de lavra e abandonado a área totalmente degradada sem a realização do PRAD (Programa de Recuperação de Áreas Degradadas), deixando de cumprir a Lei Federal Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981.
A Serra da Misericórdia é a última área verde da AP3 ( Área de Planejamento 3), sendo a região mais populosa da cidade, contando hoje com mais de 2 milhões de habitantes, condição incompatível com atividades desta natureza. Estando ainda, inclusa na Bacia Aérea 3, a mais poluída da Região Metropolitana.
Este maciço é responsável ainda pelas condições climáticas e pelo regime hídrico da região. Forma quatro das mais poluídas sub-bacias hidrográficas do município: sub-bacia do rio Faria Timbó (Canal do Cunha) sub-bacia Rio Acari/Pavuna/ Meriti, sub-bacia do Canal da Penha e sub-bacia do Rio Ramos.
Alertamos que tais atitudes provocam ainda impactos de curto prazo como sobressaltos a população, poluição atmosférica, tremores nas residências que ficam a poucos metros destas atividades, causando rachaduras freqüentes nas mesmas. Há também risco de desestabilização do terreno.
Outro aspecto a ser destacado é com relação à perda de paisagem, visto que esta área encontra-se em processo de regeneração natural, com a presença de nascentes. Cabe destacar que várias espécies de animais habitam esta área como lagartos, cobras, preás, gambás, maritacas, corujas, gaviões, sabiás, sanhaços e outros. Este espaço é utilizado como área de lazer pela comunidade e esta dentro dos limites da APARU da Serra da Misericórdia (Área e Preservação Ambiental e Recuperação e Urbana) e é limítrofe ao Parque Municipal da Serra da Misericórdia.
Solicitamos medidas urgentes no sentido de parar de vez com esta agressão ao meio ambiente e, também aos moradores causando muita insegurança e mal estar.
Os signatários