Secretaria de educação da Bahia: Queremos o IREG de volta!

“Quem fecha uma escola,
abre uma prisão”, Victor Hugo

O governador do estado decidiu que o Colégio Nossa Senhora do Rosário, depois de mais de meio século de bons serviços aos rodelenses e moradores de cidades vizinhas, deveria ser fechado. E o fez. A notícia, má, diga‐se, deixou cidadãos, alunos e professores tristes. Mas não os pegou desprevenidos. Desde o ano passado, o governo baiano que mais fechou escolas em todos os tempos, emitiu sinais fortes de que o CNSR estava com os dias contados. Não permitir que novas turmas sejam abertas é a senha que uma unidade será fechada.
RIP Colégio Nossa Senhora do Rosário (RIP: sigla em inglês para Descanse em Paz), que a dor pelo seu fechamento será eterna enquanto durar. Sentida pelos rodelenses que um dia passaram por suas salas. Ou pelos filhos e netos destes. Não, não vamos descansar em paz vendo um dos nossos símbolos, não se sabe realmente por que, ser destruído. Calados. Rodelas, tão jogada à esquerda, não merece isto. Cadê os rodelenses que com cargos e amigos no governo estadual nada fizeram – pelo menos publicamente. Ou estavam interessados no seu fechamento ou optaram por defender‐se. Se assim posicionaram‐se não passam de covardes.
É a segunda vez que o CNSR enfrenta o seu fim. O primeiro foi estrutural, com as águas da barragem de Itaparica, mas renasceu morro acima. Nada desabonador. Esta foi covarde. E não é a primeira vez que a cidade vê, sem nada fazer – pelo menos publicamente, um colégio ser fechado: o primeiro foi o Cenecista Luiz Viana, que foi eliminado sem que se ouvisse um protesto sequer. Essa passividade é irritante.
Pois bem, os estudantes que foram matriculados no Nossa Senhora serão transferidos para o Colégio Dulcina Cruz Lima. E não se sabe quantos alunos serão destinados às suas salas – com certeza o número será bem maior do que o indicado para o bom aprendizado – mas quem fechou ou contribuiu para a maior tragédia da educação rodelense de todos os tempos não está preocupado com qualidade. Amontoem‐se e sejam felizes. Os resultados no final do ano é o que menos importa‐se, observa‐se. Aprender é um detalhe para quem vai à escola – parodiando Parreira sobre a importância do gol para uma partida de futebol.
José Lins do Rego, no magistral “Fogo morto”, disse que um engenho de cana quando fecha não mais é aberto. As cinzas congelam. Rogo para que as frases de despedidas que serão escritas nos quadros e paredes do CNSR não sejam apagadas pelo tempo – tempo este que será breve, basta a gente querer – o Colégio Nossa Senhora do Rosário seja reaberto e tudo voltar a ser como antes: vibrante, como professores e servidores comprometidos, alunos interessados. Voltará a ser visto como uma das nossas pérolas mais raras. Viva o CNSR. Reaberto, fecha‐se uma prisão.
#BatistaCruz